A Eletrobras, geradora e distribuidora de energia privatizada em junho de 2022, ainda não está fazendo os olhos dos investidores brilharem. Muito pelo contrário. A companhia reportou um prejuízo de 479 milhões de reais no quarto trimestre de 2022, revertendo o lucro de 610 milhões realizado no mesmo período do ano anterior. O ritmo menor no processo de corte de custos e as altas provisões divulgadas pela empresa, assim como os preços mais baixos da energia, reduziram o ímpeto das ações. A Eletrobras divulgou provisões de 2,5 bilhões de reais para uma provável inadimplência da distribuidora Amazonas Energia, cerca de 1,2 bilhão para despesas com o novo plano de demissão voluntária, que deve atingir a 20% do seu quadro de funcionários, e outros 900 milhões de reais para obrigações da privatização.
“Pesam contra as ações as expectativas de preços de energia mais baixos, preocupações crescentes com o risco de interferência política do novo governo e menor ritmo de corte de custos. Apesar da avaliação atraente, acreditamos que a falta de catalisadores (melhor clareza sobre corte de custos, negociações compulsórias e/ou remoção de ruído político) é o que está segurando o estoque”, avaliam os analistas do banco BTG Pactual. No acumulado do ano, os papéis da empresa recuam 23%.