As autoridades colombianas anunciaram nesta quarta-feira que Viva Air será investigada pela suspensão repentina de suas operaçõesque provocou uma crise no transporte aéreo do país que aos poucos começou a se normalizar em meio à incerteza vivida por milhares de passageiros presos em aeroportos.

A situação também afetou viajantes de outros países, como Peru e Argentina, onde as autoridades estão trabalhando para atender seus cidadãos que eles ficaram presos em aeroportos na Colômbia e no Caribe.

A Viva Air, criada em 2009, enfrenta uma grave crise financeira e decidiu Suspenda os seus voos nacionais e internacionais depois que as autoridades rejeitaram seu pedido de integração com a Avianca, causando uma crise aérea que se espalhou para outros países, especialmente o Peru.

A empresa, que tem seu centro de operações no Aeroporto José María Córdova em Medellínopera 35 rotas internas e voos para Argentina, Peru, Brasil, México e República Dominicana.

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inquérito administrativo

A Superintendência de Transportes decidiu abrir inquérito administrativo e ajuizou ação contra a Viva Air por “presumível descumprimento” da lei “devido à suspensão repentina de suas operações” em 27 de fevereiro “afetando usuários que já emitiram e confirmaram reservas.”

A entidade também impôs uma “medida administrativa” na qual determina que a Viva “desenvolver um plano de cuidados para os usuários com a finalidade de lidar com a situação apresentada com esta decisão”.

A superintendente de Transportes, Lucy Ospina Arias, disse que busca proteger 466.604 usuários que tiveram reservas confirmadas até 27 de fevereiro, data da suspensão das operações do Viva.

Ele também verificou no site da companhia aérea que as passagens continuaram sendo vendidas, e que para a mesma data já haviam sido vendidas 5.750 reservas.

O ministro dos Transportes, Guillermo Reyes, garantiu que, se necessário, o mercado aéreo pode intervir para garantir que os players do mercado de aviação se comprometam a continuar operando em condições que beneficiem os usuários.

Medidas do Peru e da Argentina

O Governo do Peru anunciou na terça-feira a abertura de um processo administrativo contra a VIVA Air por “falha em fornecer serviço de cobertura para suas rotas de e para” o território peruano que deixou centenas de passageiros retidos nos aeroportos internacionais de Lima e Cuzco.

Como resposta paralela, as companhias aéreas Latam e Sky informaram que prestará apoio aos cerca de 300 passageiros retidossegundo dados do Instituto Nacional de Defesa da Concorrência e Proteção da Propriedade Intelectual (Indecopi), devido à suspensão dos voos da Viva Air entre 28 de fevereiro e 2 de março.

Enquanto isso, mais de 100 argentinos estão presos na Colômbia por decisão da companhia aérea de que poderão retornar ao seu país de origem.

Segundo comunicado do Itamaraty, a embaixada daquele país em Bogotá conseguiu atender mais de 100 cidadãos “oferecendo-lhes o reagendamento de seus voos sem custo adicional” em dois voos da companhia Avianca.

volte à calma

A calma, por sua vez, voltou aos poucos nesta quarta-feira aos aeroportos após o dia tenso de terça-feira para os protestos de milhares de pessoas afetadas pelo que aconteceu com a Viva Air.

No momento, a solução que tem sido oferecida aos passageiros da Viva que não puderam voar é a recolocação em aviões de outras companhias, algo que se está a revelar problemático porque não chega para todos e as esperas são longas.

A Aeronáutica Civil (Aerocivil) anunciou na véspera que as companhias aéreas Latam, Avianca e Satena “oferecem o transporte alternativo em rotas compartilhadas, de acordo com a disponibilidade de lugares, sem custo adicional».

No entanto, Andrés Cáceres, que regressava com mais cinco pessoas de Cancún (México) para Lima, com escala em Medellín, continua nesta última cidade à espera que o voo seja mudado para outra companhia, mas já o avisaram que até não há disponibilidade na segunda-feira, então ele está tentando comprar outra passagem para voltar ao seu país o mais rápido possível.

Patricia Nava, cônsul do Peru em Medellín, explicou à EFE que eles têm uma lista preliminar de 100 peruanos afetados pelos voos de terça-feiraque aumentará nesta quarta-feira.

Fonte: EFE