Caio Megale acredita que o governo acerta ao pisar no freio para evitar elevar o superendividamento em 2021

HÉLVIO ROMERO/ESTADÃO CONTEÚDOCaio Megale é economista-chefe da XP Investimentos

O governo acerta ao pisar no freio para evitar elevar o superendividamento em 2021. A avaliação é do economista-chefe da XP Investimentos, Caio Megale. “É muito importante as medidas do governo para dar suporte às pessoas, para dar suporte à economia frente a situação de pandemia. No entanto, no ano passado, nós vimos, em muitas situações, as políticas, as transferências, tanto para pessoas quanto para Estados e municípios indo muito além do que era necessário para a sobrevivência da pandemia. Por que é importante essa boa calibragem? Justamente porque nós não temos recursos. O Brasil está em uma situação fiscal muito dura, muito difícil. Os exageros do ano passado resultaram na alta da inflação desse ano”, avalia Megale.

“Então, não adianta nada você distribuir um monte de dinheiro para as pessoas, a taxa de cambio depreciar e a inflação vir mais forte. Essa inflação corrói a renda das pessoas e ainda obriga o Banco Central a subir a taxa de juros para controlar. Mais juros na frente, corta a economia e ainda aumenta os gastos com o serviço da dívida. Me parece estar sendo uma boa maneira de se conduzir a economia até agora. No início do ano, foram lá 20 bilhões para as vacinas, têm recursos, está tudo certo. O teto de gastos não vai ser problema para enfrentar a pandemia.” Caio Megale ressalta que o governo não poderia decretar calamidade novamente em 2021 e elevar os gastos em 4 vezes para chegar ao orçamento fictício aprovado pelo Congresso em março.

*Com informações do repórter Marcelo Mattos



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