O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou o projeto de nova regra fiscal do Brasil na última quinta-feira, 30. O mecanismo que vai substituir o antigo teto de gastos prevê que o déficit fiscal do país seja zerado em 2024 e que as contas públicas fechem no azul a partir de 2025. Além disso, o projeto ainda requer que o crescimento das despesas seja limitado, no máximo, a 70% do avanço das receitas. O texto ainda precisa ser aprovado pelo Congresso, mas a recepção no mercado foi positiva. O Ibovespa fechou em alta de quase 2% e o dólar caiu ao menor nível em quase dois meses, a 5,09 reais.
Um dos objetivos do governo depois da apresentação desse projeto é impressionar o Banco Central (BC) e pleitear eventuais cortes nas taxas de juros. Mas, afinal, qual a probabilidade de isso acontecer? Segundo alguns analistas, a boa recepção do texto pelo mercado pode ajudar no arrefecimento das expectativas de inflação no país — fator fundamental para provocar cortes na Selic. “Para o Banco Central, o que importa para ajudar no processo de desinflação é uma regra sólida e crível, que permita uma redução das expectativas de inflação e do prêmio de risco. E como o BC mensura isso? Pelo mercado. Ou seja, a recepção boa de início por parte do mercado já é um indicativo de que o BC também terá uma boa recepção da regra”, avaliam os analistas da Guide Investimentos em material enviado a clientes. “Seguimos confiantes que o Copom terá espaço para derrubar a Selic em setembro, encerrando o ano com a taxa a 12,25%”, concluem.