O inverno está cada vez mais próximo e ainda não está descartado o risco de os italianos sofrerem com o frio nos próximos meses. De fato, a situação do gás na Itália está longe de ser resolvida e os preços das contas continuam subindo dramaticamente à medida que aumenta o preço das matérias-primas importadas do exterior. Imediatamente após a posse, o governo Meloni terá que tentar resolver uma situação espinhosa e de alto risco para o nosso país que, sem as medidas adequadas e as intervenções adequadas, corre o risco de ficar sem gasolina devido aos meses mais frios do ano.

Itália sem gás? Os riscos

A eclosão da guerra na Ucrânia, agora no seu 223.º dia, teve implicações negativas para todos os países da Europa e não só, com a cortando o fornecimento de gás russo. Nos últimos oito meses tem havido uma corrida para encontrar novos parceiros para a matéria-prima, com a Itália encontrando na Argélia uma excelente solução para os próximos meses (aqui contamos sobre os primeiros problemas que tivemos e depois voltamos). Até hoje, portanto, nosso país pode se orgulhar de abastecimentos da Argélia, Egito e Líbia, mas embora a situação possa parecer sob controle, não está.

Foi o alarme que foi dado Cláudio Descalzi, CEO da Eni, que alertou a todos sobre os riscos de um possível inverno frio para os italianos. De fato, caso ocorra o pior cenário assumido até agora, o Bel Paese poderá se ver forçado a passar meses batendo os dentes caso falte porcentagens significativas de gás. As atenções, no momento, estão voltadas para o que está acontecendo na Áustria, onde ficava na fronteira bloqueou um fornecimento russo que deveria ter chegado ao nosso país. Apesar dos outros abastecimentos, a Itália não pode prescindir do gás de Moscou e, portanto, mesmo a menor porcentagem bloqueada pela Áustria é de vital importância.

A Descalzi e a Eni, para tentar resolver o diferendo entre a Gazprom e o gestor dos gasodutos austríacos, estão dispostas a actuar como fiadores para fazer chegar o gás ao nosso país que não poderá ser autônomo da Rússia até pelo menos 2024. Qualquer parada e devolução ao remetente, de fato, pode custar caro à Itália, que deve garantir que nada dê errado nos próximos meses com outros suprimentos. Se houvesse escassez de gás russo, o que equivale a 10% do requisito italianoe ao mesmo tempo surge outra variável negativa (inconvenientes técnicos de outros abastecimentos ou mau tempo), nem mesmo 90% de armazenamento de pára-quedas pode ajudar para a Itália (aqui relatamos a previsão de Cingolani para um inverno sem gás russo).

A situação do gás na Itália

No momento, ressalte-se, porém, que o pior cenário está sendo analisado para que todos, como explica Descalzi, façam sua parte para garantir um inverno sem correr o risco de ficar no frio ou no escuro. De facto, graças ao aumento dos abastecimentos da Argélia, dos stocks de pára-quedas em 90%, do aumento da disponibilidade do Azerbaijão e dos contratos de navios que transportam GNL em posição positiva, na Itália há muito gás.

Mas porque então o alarme toca alto? Isso foi explicado pelo próprio CEO da Eni Descalzi, que sublinhou como os comerciantes estão aproveitando as diferenças de preço entre Psv e Ttf – o primeiro é o ponto de negociação virtual gerenciado por snam que está em 130 euros por megawatt hora contra 169 no fechamento do segundo que o índice de referência europeu na Bolsa de Valores de Amsterdã- para vender parte do gás. Só nas últimas horas foram exportados 19 milhões de metros cúbicos, um quinto do consumo diário, e a Eni alertou: “Temos de arranjar forma de evitar que isto aconteça, não podemos de forma alguma deixar escapar o gás”.