Durante evento nesta segunda-feira, 27, Alexandre Silveira criticou a negociação da companhia, mas ponderou que a venda da estatal está consolidada

Wilton Junior/Estadão ConteúdoEletrobras
Processo de desestatização da Eletrobras foi concluído em 2022

Nesta segunda-feira, 27, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que o modelo de privatização da Eletrobras é injusto e que abre margem para questionamentos, mas que a venda da estatal está consolidada. Pelo projeto aprovado no Congresso Nacional, o governo teve a participação nas ações da companhia reduzida a 40%. “Eu posso afirmar que, na minha visão e nos modelos de corporação que eu conheço, tanto no Brasil, quanto no mundo, que foi um modelo injusto (…) Acho que quem tem 40% não pode ter apenas um conselheiro em nove. É um modelo de corporação que não atendeu, na minha opinião, o mínimo de segurança estratégica para o povo brasileiro, é um setor estratégico”, criticou. A afirmação foi dada durante um fórum promovido pela consultoria Arko Advice. O ministro ainda destacou que o governo pode questionar a venda na justiça: “Entendo que isso é fato, está consolidado, passou pelo Congresso Nacional e virou uma lei”.

“Portanto, eu como ministro de Minas e Energia tenho que tratar a Eletrobras com a natureza que ela tem hoje. Reconhecendo que ela é uma empresa que, apesar dos ‘nãos’ que eu tenho como cidadão da sua privatização, ela é uma empresa que foi privatizada”, declarou Silveira. No mesmo evento, o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, disse que vê pouco espaço para mudança na lei que privatizou a Eletrobras. Durante a campanha e após a vitória, o presidente Lula (PT) sempre criticou a perda do controle da estatal e tinha indicado que poderia tentar rever a privatização.

*Com informações do repórter Paulo Edson Fiore